Amazonas Palace Hotel

Website do mais tradicional e bem localizado Hotel de Belo Horizonte

Robert Tatin

Credito: Museu Robert Tatin/Divulgacao - Robert Tatin, pintor e escultor frances

Amazonas Palace Hotel de Belo Horizonte

Arte, Arquitetura, política e Boêmia

O Hotel Amazonas de Belo Horizonte, tombado como patrimônio histórico da cidade em 2003, tornou-se uma referências do conjunto arquitetônico de Belo Horizonte. Situado no quarteirão das Palmeiras da Avenida Amazonas, sua arquitetura causou impacto na época e ainda chama a atenção de quem circula no centro da cidade.

O que pouca gente sabe, no entanto, é que esse edifício ainda conta com algumas das mais bonitas produções artísticas do famoso pintor e escultor, Robert Tatin, e que até hoje adornam o famoso “Bar Tejuco”.

O Bar Tejuco, localizado no primeiro andar do Hotel Amazonas, era muito famoso nas décadas de 50 e 60 e era frequentando pela elite mineira, que ali podia apreciar a beleza do local ao som de piano e um bom jazz. Um de seus mais famosos frequentadores era nada mais nada menos que Juscelino Kubitschek

Talvez por isso venha daí o seu nome, “Tejuco”, uma homenagem ao “Arraial do Tejuco“, antiga denominação de Diamantina e terra natal de JK.

Mas as coincidências não param por aí… e é aí que entram as obras do nosso personagem Robert Tatin.

Curiosamente, na mesma época de Juscelino, passou pelo Hotel Amazonas Palace uma comitiva de artistas Franceses convidados pelos então antigos os antigos proprietários do Hotel, a família Haas. Dentre eles estava o vamos Robert Tatin. Eles se hospedaram durante meses em Belo Horizonte e, durante esse período, Tatin realizou uma homenagem ao Hotel, à cidade e também ao seu amigo Juscelino. Pintou três belos quadros que ainda adornam o bar até hoje:

  • Painel 1: “Tejuco”
  • Painel 2: “Diamantina”
  • Painel 3: “Paris”

 “Diamantina”

Bienal Internacional de Arte

São Paulo – 1951

Robert Tatin foi um dos muitos artistas estrangeiros que participaram da primeira Bienal Internacional de Arte de São Paulo de 1951. Foi na Bienal que ele ganhou a medalha de ouro por sua obra em cerâmica.

Refúgio para os artistas estrangeiros naqueles anos difíceis do pós-guerra. Tatin, que havia lutado tanto na primeira quanto na segunda grande guerra, entrincheirado na linha Maginot, pela França, encontrou no Brasil espaço e reconhecimento para suas criações artísticas.

Em São Paulo, morou na casa de Francisco Rebollo e sua filha, Lisbeth Rebollo, atual diretora do do MAC (Museu de Arte Contemporânea). Na casa, diz Lisbeth, a segunda a ser construída no bairro do Morumbi, não havia “nenhum privilégio… já que o bairro era só mato e terra” na época. Lá se hospedaram vários artistas franceses, entre eles Robert Tatin, com quem voltou a encontrar-se anos depois, na França.

Robert Tatin também participou outros projetos, como o da construção da Capela do Cristo Operário, conjuntamente com artistas como Alfredo Volpi, Elizabeth Nobling, entre outros.

Assim comentavam da obra de Tatin os jornais da época (Folha popular Florianópolis, 2 de maio de 1954, ano1, número 15):

“A escola do professor Tatin não é moderna, não é surrealista, nem abstracionista”. O Academicismo passa de longe. Criou uma escola própria”

 

Um Museu estranho

Frénouse

De volta à França em 1955, ele se mudou para Vence, trabalha em Laval e Paris.

“Um museu estranho”. Assim Robert Tatin define a pequena e antiga casa que comprou em 1962 em um lugar chamado “La Frénouse”, próximo à cidade de Cossé-le-Vivien em Mayenne, e que durante vinte e um anos dedicou-se ali á criação de esculturas, peças arquitectónicas e pinturas em companhia de sua quinta esposa Lise, que o acompanhou ativamente na construção do museu.

No museu, o visitante entra pela “L’Allée des Géants” (avenida dos gigantes), representativo de parte da vida do artista, e entra no mundo de uma criança de 10 anos para conhecer a história da França. Há ainda referências à adolescência, aos seus questionamentos metafísicos “De Onde viemos? Para onde vamos?”, ao caminho tomado pelo artista e, finalmente, homenagens ao mundo da arte dos séculos XIX e XX.

 

 

Neste pequeno filme, é interessante ver algumas das obras e assistir um pouco ao artista comentando e filosofando sobre sua derradeira obra.

Fonte: mp4.ina.fr

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